Rádio ACE
  22 de outubro de 2020

A HISTÓRIA HUMANITÁRIA DE GINO BARTALI

                                                                 José Carlos Buch

Um dos benefícios do WhatSapp é conhecer história que, não fosse essa rede social de mensagens, poucos a conheceriam. A história fascinante do ciclista italiano a seguir reproduzida,  nada deve a tantas outras de pessoas que arriscaram a própria vida com o propósito da salvar judeus das atrocidades e da crueldade de Hitler. Vamos a ela, lembrando que está sendo  reproduzida tal como foi relatada no vídeo. – “Ele foi um dos ciclistas mais famosos do mundo. Mas,  poucos sabem o que ele escondeu no quadro de sua bicicleta… Gino Bartali,  nasceu em Ponte a Ema (Florença) em 18 de julho de 1914. Aos 12 anos, começou a trabalhar em pequenas oficinas de bicicleta. Nelas, ele inicia sua grande paixão que logo o levará a triunfar no Giro d’Italia. O ano é 1936 e Bartali já é o indiscutível protagonista dessa prova de ciclismo. Num tempo em que as estradas eram empoeiradas e inacessíveis, em que as bicicletas eram pesadas e os desafios levavam o corpo humano ao limite… Bartali,  também conseguiu fazer um pequeno milagre: triunfar no Tour de France, aos 34 anos, realizando um feito épico, percorrendo trechos de mais de 250 km entre os Alpes. Tudo isso com uma equipe inferior que ninguém – muito menos os franceses – davam como vencedora. Mas, Bartali fez algo que foi mantido em segredo por muito tempo, e isso talvez represente sua mais bela vitória. Em 1943, devido a guerra, sua carreira foi temporariamente interrompida. Bartali tinha voltado a trabalhar na oficina, e foi lá que o arcebispo de Florença foi  lhe pedir um favor arriscado. – “Há muitos judeus sob risco de deportação”, ele disse. “Eles são pessoas boas, inocentes, e nós precisamos salvá-los. O rabino já pensou em como fazer isso… Trata-se de contrabandear falsos documentos e entregá-los às pessoas sob risco de deportação”. Bartali aceita a difícil tarefa, escondendo os documentos no quadro da sua bicicleta. Ele pedala 185 km por dia – ida e volta – para realizar a delicada entrega. Um dia, Bartali é parado por um comandante da polícia fascista, conhecido por sua crueldade. Ele é preso e revistado de cima a baixo, colocando sua vida em risco. Mas ninguém pensou em inspecionar a bicicleta e Bartali foi liberado. Entre setembro de 1943 e junho de 1944,  Bartali salvou a vida de mais de 800 judeus. Ninguém ficou sabendo dessa atividade por muitos anos.  “Coisas boas são feitas, mas não são ditas” –  Gino Bartali. Somente quando a guerra terminou, muito tempo depois, é que Bartali confessou ao seu filho suas atividades em favor dos judeus. E,  somente em  2013 ele foi reconhecido e  declarado “Justo entre as Nações”,  passando a fazer parte do Memorial Oficial Israelense das vítimas do holocausto. O homem com um “nariz triste como uma subida”, como diz na música, permanece hoje não só como um exemplo de excelência esportiva mas também como símbolo de todos os valores que ainda deveriam inspirar a humanidade. Uma história memorável sobre pessoas de tempos passados que merecem ser lembradas e celebradas!” –  Bartali, com o seu gesto extraordinário se equipara a tantos outros heróis,  cuja história já foi contada nesta coluna, como Irena Sendler, Nicholas Winton e a brasileira Aracy Guimarães Rosa(esposa do diplomata e  escritor Guimarães Rosa, quando prestou serviços ao Ministério das Relações Exteriores). Eles também estão entre as outras 26.000 pessoas reconhecidas como benfeitoras pelo Estado de Israel.  

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