Rádio ACE
  16 de janeiro de 2025

Açúcar atinge menor preço em quatro meses, mas mercado ainda prevê riscos

Produção em Brasil, Índia e Tailândia melhora expectativas de mercado, mas desafios permanecem

Produção global de açúcar apresenta desafios e oportunidades, com mercados ajustando expectativas. (Emiliano Capozoli/Exame)

Os contratos futuros de açúcar bruto caíram ao menor nível em quatro meses, refletindo uma perspectiva de oferta mais favorável dos principais produtores globais: Brasil, Índia e Tailândia.

contrato de março, o mais negociado em Nova York, recuou 3,5%, fechando a 18,24 centavos de dólar por libra-peso, ampliando as perdas registradas na sessão anterior. As informações são da Bloomberg.

Murilo Aguiar, analista da StoneX, destaca que o mercado ajustou as expectativas de produção para a safra do Centro-Sul brasileiro, que está em fase final de colheita. “As estimativas estão mais próximas da realidade”, afirmou Aguiar em relatório divulgado na segunda-feira, 13.

Os preços, que chegaram a 24 centavos por libra-peso no outono de 2024, foram pressionados anteriormente por temores relacionados à seca no Brasil. No entanto, as chuvas recentes aliviaram essas preocupações, ajudando a estabilizar as projeções. Adicionalmente, a oferta mais robusta de produtores do Hemisfério Norte também contribuiu para melhorar o panorama comercial.

A mudança nas perspectivas impactou a diferença entre os contratos futuros. O contrato de março agora apresenta um prêmio de 0,87 centavos em relação ao contrato de maio, o menor valor intradiário desde setembro.

Consumo estagnado e desafios futuros na oferta

Embora a oferta pareça mais estável, o consumo global de açúcar enfrenta dificuldades. O crescimento anual do consumo está estagnado ou até em retração em muitos países, segundo Claudiu Covrig, analista da Covrig Analytics. Fatores como mudanças no comportamento do consumidor e a implementação de impostos sobre produtos açucarados têm impactado negativamente a demanda.

Ainda assim, a oferta global continua exposta a riscos. Preços mais baixos poderiam levar usinas brasileiras a priorizarem a produção de etanol em detrimento do açúcar, alertou Covrig. Na Índia, condições climáticas adversas e doenças como a podridão vermelha também restringem a oferta, enquanto traders avaliam a viabilidade de exportações do país.

De acordo com analistas do Citi Research, o patamar atual de preços, entre 18 e 19 centavos por libra-peso, deve representar um piso para o mercado. Eles projetam um preço-alvo de curto prazo de 21 centavos, destacando que riscos de alta permanecem significativos, dada a possibilidade de que a produção global fique abaixo do esperado.


Fonte: Açúcar atinge menor preço em quatro meses, mas mercado ainda prevê riscos | Exame

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