Rádio ACE
  17 de setembro de 2021

“Barton Fink – Delírios de Hollywood” (1991)

Diretores: Ethan Coen & Joel Coen
Com John Turturro, John Goodman, Michael Lerner & Judy Davis.

Revi no Telecine ontem. Grande filme – Barton Fink ganhou a Palma de Ouro, bem como prêmios de Melhor Diretor e Melhor Ator (Turturro) – conta a seguinte história:
sucesso na Broadway, agora o escritor Barton Fink (John Turturro) precisa lidar com a pressão da grande indústria de Hollywood. Barton Fink acaba meio que enlouquecendo em um hotel, após a pressão para escrever o roteiro de um filme, bem no meio de um bloqueio criativo. Para piorar, se envolve em situações bizarras, os papéis das paredes descolando, um pernilongo que não o deixa dormir, um escritor alcoólatra e sua ajudante-amante e, pasmem, um serial killer!

CURIOSIDADES: (1)as formas que a montagem utiliza para mostrar o mergulho de Barton neste hotel-inferno que pode ser sua mente ou um local verdadeiro: buracos e corredores para os quais a câmera se aproxima sorrateira, depois de nos mostrar um estupefato protagonista, e em seguida acelera, até que um fade-out encerra mais aquele nível dantesco e nos traz novamente para a realidade, mais sombria e doente;

                     (2) Assumidamente dando sequência a temas expostos por Roman Polanski em filmes de corredores e apartamentos como Repulsa ao Sexo (1965) e O Inquilino (1976) e trazendo para as cenas elementos temáticos e imagéticos de O Poderoso Chefão (1972), Eraserhead (1977) e O Iluminado (1980), os Coen fizeram de Barton Fink – Delírios de Hollywood um poço sem fundo de interpretações e alusões a um cenário tão conhecido mas ao mesmo tempo tão distante de nós.

IMPERDÍVEL!
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Barton Fink (br: Barton Fink – Delírios de Hollywood) é um filme estadunidense de 1991 escrito, dirigido, produzido e editado pelos irmãos Joel e Ethan Coen.

Situado em 1941, é estrelado por John Turturro no papel-título como um jovem dramaturgo de Nova Iorque, que é contratado para escrever roteiros para um estúdio de cinema em Hollywood, mas que passa a sofrer um bloqueio impedindo-o de desenvolver suas ideias. John Goodman interpreta Charlie, o vendedor de seguros que vive ao lado do Hotel Earle. Judy Davis, Michael Lerner, John Mahoney, Tony Shalhoub, Jon Polito e Steve Buscemi completam o elenco. Os irmãos Coen escreveram o roteiro em três semanas, enquanto enfrentavam dificuldades durante a escrita de Miller’s Crossing. Logo após terminarem Miller’s Crossing, os irmãos Coen começaram a filmar Barton Fink, que teve sua estreia no Festival de Cannes em maio de 1991. Em um alcance raro, Barton Fink ganhou a Palma de Ouro, bem como prêmios de Melhor Diretor e Melhor Ator (Turturro). Apesar de ter sido celebrado quase universalmente pela crítica e indicado a três Oscars, o filme arrecadou pouco mais de seis milhões de dólares nas bilheterias, dois terços do seu orçamento estimado. O processo de escrita e da cultura de produção de entretenimento são dois temas importantes de Barton Fink. O mundo de Hollywood é contrastado com o da Broadway, o filme analisa distinções superficiais entre alta e baixa cultura. Outros temas do filme incluem o fascismo e a Segunda Guerra Mundial, a escravidão e as condições de trabalho nas indústrias criativas, e como se relacionam os intelectuais com “o homem comum”. Devido à diversidade de elementos, o filme tem desafiado os esforços de classificação de gênero, sendo diversas vezes referido como um filme noir, um filme de horror, um Künstlerroman, e um filme de amigos.

A abandonada e surreal atmosfera do Hotel Earle foi fundamental para o desenvolvimento da história, e cuidadosa deliberação entrou em seu design. Há um forte contraste entre os aposentos de Fink e os polidos arredores intactos de Hollywood, especialmente a casa de Jack Lipnick. Na parede do quarto de Fink paira uma única imagem de uma mulher na praia, o que capta a atenção de Barton, e a imagem reaparece na cena final do filme. Embora a imagem e outros elementos do filme (incluindo uma misteriosa caixa dada por Charlie a Fink) aparecem carregados de simbolismo, os críticos discordam sobre seus possíveis significados. Os irmãos Coen têm reconhecido alguns elementos simbólicos intencionais, mas negaram uma tentativa de comunicar alguma mensagem holística.

O filme contém alusões a muitos eventos e pessoas reais, principalmente os escritores Clifford Odets e William Faulkner. As personagens de Barton Fink e W. P. Mayhew são amplamente vistas como representações ficcionais desses homens, mas os irmãos Coen salientam diferenças importantes. Eles também admitiram paródias de magnatas do cinema como Louis B. Mayer, mas note que tribulações agonizantes de Fink em Hollywood não são feitas para refletir suas próprias experiências.

Barton Fink foi influenciado por várias obras anteriores, incluindo os filmes de Roman Polanski, particularmente Repulsion (1965) e The Tenant (1976). Outras influências são de The Shining de Stanley Kubrick e Sullivan’s Travels de Preston Sturges. O filme contém uma série de alusões literárias de obras de William Shakespeare, John Keats, e Flannery O’Connor. Há também implicações religiosas, incluindo referências ao Livro de Daniel, o rei Nabucodonosor II, e Bate-Seba.

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