Luis Gustavo Lima de Oliveira

Um filme de Eleanor Coppola com Diane Lane, Arnaud Viard, Alec Baldwin, Elise Tielrooy.

Aos 81 anos, Eleanor Coppola – mulher de Francis Ford Coppola, mãe de Sofia e Roman e tia de Nicolas Cage e Jason Schwartzman, matriarca de uma família mergulhada até o pescoço no cinema –  estreia como diretora de ficção em um road movie. Uma lição de bom gosto. Escrito pela mesma, o filme mostra Diane Lane no papel de uma mulher nos seus cinquenta anos que deixa o marido cineasta (Alec Baldwin) seguir viagem e parte de carro com um produto francês (Arnaud Viard) em uma excursão involuntária por comidas fantásticas e vinhos caríssimos da França.

Entre uma parada e outra, num posto de gasolina de beira de estrada, para descansar as pernas, enfim, fumar um cigarro, a música de Erik Satie, associações maliciosas com telas de Manet, Renoir, Cézanne, a importância dos irmãos Lumiére para a sétima arte, o magnetismo cristão da catedral de Vezelay, localizada na região da Borgonha, entre outros detalhes sensoriais mágicos. Prazeres indeléveis da vida para quem tem dinheiro ou bom gosto e pode fazer tal viagem. E que viagem fantástica, a bordo de um Peugeot conversível, os dois atravessam o sul da França rumo à Paris.  Paisagens lindas, história, arte, arquitetura, alta gastronomia e vinhos incríveis. É de dar água na bocam tal o bom gosto que é mostrado na tela. ““A jornada é mais importante que o destino”, escreveu Ernest Hemingway e é isto que o filme tenta – e consegue – mostrar. Boa pedida para “bons-vivant”